sábado, setembro 18, 2021

Anamnese do caos

 As vezes, quase imperceptível, aquelas escuras memórias emergem das profundezas da minha mente.

Embora não machuque e nem cause mais dor ou saudade, elas ainda estão vivas.

Passos preguiçosos ao encontro do caos, um caos confortável eu costuma dizer.

Momentos curiosos, ludibriados pelo desconhecido, era magnífico como encarava o vazio, era hilário como zombava da própria injúria.

Sempre obscuro, sempre oscilando entre a paz e o caos, entre o vazio e o tanto faz. 

Tinha tanto para oferecer, mas só compartilhara medo e solidão.

É triste ver como tudo se foi querido moribundo. 

Tudo foi embora tão de pressa, feito correnteza, te arrastou para o fundo, distante, profundo e longe.

E aqui do cais, de tempos em tempos, avisto seus cabelos soprando junto ao vendo, em direção a um norte desconhecido. 

Apesar da distância voraz, aceno com lágrimas nos olhos. Prefiro acreditar que seu gozo, não seja apenas uma belíssima quimera.


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