terça-feira, junho 24, 2014

Pobre Gabriela

Eu sempre fui Gabriela
Aquela menina baixa, cabisbaixa, presa dentro da caixa
Sempre com pensamentos insanos e tiranos
Ideias mirabolantes e extremamente extravagantes
Gostos misturadamente infinitos e complexos

Mas toda noite no espelho
Aquele mesmo reflexo, me parece um tanto sem nexo
Me pergunto; Como seria se eu fosse de outro sexo?
Gabriel? Manuel? Ou quem sabe Rafael?
Talvez fosse Miguel
Aquele pitéu
Que quebrou meu coração dentro de um motel.
Eu queria mar e ele queria céu
Eu queria compromisso e ele chá de sumiço
Foda-se o Miguel, que vá pro beleléu

Mas já que sou Gabriela e não Manuela,
Muito menos Mirela aquela tagarela
Já que eu sou eu
Vou correr e abrir a janela
Fazer meia duzia de panquecas, pois já é primavera

Vou sair fora da caixa
Ignorar gente chata
Tropeçar pela estrada
Mas levantar com toda garra
Pois mesmo sendo estranha e desmiolada
Um dia essa Gabriela, será amada.





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