segunda-feira, dezembro 30, 2019

Efemeridade do tempo

Quando o tão almejado fim do ano chega, meu corpo, mente e alma logo são dominados por um desespero surreal.
É angustiante ver que o tempo se foi tão depressa, que não aproveitei ou não o manuseei de forma adequada e inteligente.
Não li todos os livros que queria, não vi todos os filmes que me indicaram, não fui aos lugares que pretendia, não fiz tudo o que eu esperava realizar.
O tempo parece nunca ser o bastante, mas quantos pequenos e infinitos minutos foram desperdiçados com efêmeros momentos, efêmeros vícios, efêmeras atitudes patéticas, efêmeros sentimentos caóticos?

Vi o sobrinho crescer, vi o avô perder a lucidez, vi amizades se desfazerem, amores que juraram eternos se romperem. Admito, tive efêmeros momentos bons, seria um tanto hipócrita negar que não pude vivencia-los. Tantas pessoas incríveis pude conhecer, lugares e momentos fantásticos, jamais esquecerei...

Mas ele sempre vem, ah, aquele maldito nó na garganta, sempre esteve escondido em mim, por ora aperta e sufoca, quase se vai o ar.
Arrependimentos? Talvez! Palavras não ditas? Infinitas! Sentimentos engavetados? Quase todos!
Dentre todos esses devaneios patéticos, me encontro em um indecifrável dilema: A vida é de fato um sopro ou um eterno engasgo preso na garganta?
(Para completar o drama, um engasgo que por vezes não chega ninguém para te socorrer a tempo)

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